quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O Corvo Dourado ---- Episódio 24

_ Por que esses soldados estão em formação ? – perguntou Tom, confuso.
Thor ficou sete minutos em silêncio, depois uma expressão de compreensão passou por seu rosto e ele disse cinco palavrões distintos, um em seguida do outro. Após se acalmar, murmurou que a Batalha Quase Infinita deveria ter recomeçado. Tom, que, assim como Carrie, sempre tirava as melhores notas de sua classe na Academia Coletiva ( a única escola do Reino dos Humanos, que tinha sido fundada há cinco mil anos atrás e desde aquela época admitia nobres e plebeus), se lembrou da prova de História que o professor dera sobre a Batalha um ano atrás e entendeu, ao contrário de Roy ( o pior aluno da Academia), que logo pediu para o domador explicar o que era a Batalha. Silvestreddon o fez, e sussurrou no final:
_ O que eu não consigo entender, príncipes, é porque haveria uma razão para que a Batalha recomeçasse. O cenário político entre os reinos dos Anões e Leprechauns tem estado tranquilo há mais de quatro séculos...
_ Não consigo me livrar desse mau pressentimento – comentou Tom. _ Minhas narinas de dragão sentem um cheiro esquisito, como o de uma pessoa doente misturado com o de esgoto.
O domador de dragões se sobressaltou, tirou o elmo quase desesperadamente e apertou um botão verde – musgo em sua lateral como se sua vida dependesse disso. Engrenagens giraram na parte de dentro do bronze pintado de vermelho de que era feito o elmo, e abriu – se um buraco embaixo do botão, de onde Thor tirou um punhal cuja  lâmina parecia feita de gelo.
_ O que é essa coisa ? – indagou Roy, olhando de modo desconfiado para o punhal.
_ Um punhal comum, porém sua lâmina é feita de água benta congelada.
_ Mas só existe água benta nas cachoeiras do Vale Divino – o ladino argumentou.
_ Eu sei, mas xamãs e necromantes podem teleportar sua própria alma para lá sem precisarem morrer, apesar com sua magia, e colher a água benta com uma peneira. Quando voltam para seus corpos materiais, só precisam congelar o líquido no frio da Ilha de Gelo. – explicou o amigo de Carrie.
_ Tudo bem, mas como você conseguiu isso congelado ? – desta vez foi o menino dragão quem quis saber.
_ Muitos dos espíritos elementais  que encontrei na Caverna dos Elementos eram caçadores de demônios, e fazem lâminas desse tipo. Só água benta destrói demônios. Por isso encomendei esta, que planejava vender nas feiras de Tak. – respondeu Thor, e acrescentou: _ E, antes que pergunte, sim, há demônios perto ou dentro deste reino. Somente demônios cheiram do jeito que descreveu.  – respondeu Thor.
_ Como sabe ? – perguntou Roy.
_ Não podemos perder tempo! – o domador exclamou.  _  Tom, siga o cheiro dos demônios, porque acabei de pensar em um plano para que possamos mata –los.
Enquanto isso, na dimensão pararela...
Connor, Matt, Sarah, Carrie, Mônica, Marie e Faps estavam trancados na dimensão – biblioteca, o que era no mínimo irônico, pois tinha sido criada pelo próprio mago. Enquanto Marie chorava desesperada, o resto dos adolescentes estava ajudando o Feiticeiro a tentar achar nos 99 quadrilhões de livros da biblioteca (literalmente) alguma referência sobre encantamentos, poções ou plantas eficientes o suficiente para anular o feitiço que o fantasma de Altman, com a ajuda involuntária de Luna, havia usado para aprisiona – los ali. Já estavam nessa missão há 10 horas e 43 minutos, segundo o relógio que falava e ficava na parede da biblioteca, e não tinham obtido sucesso.