_ Por que esses soldados estão em formação ? – perguntou Tom,
confuso.
Thor ficou sete minutos em silêncio, depois uma expressão de
compreensão passou por seu rosto e ele disse cinco palavrões distintos, um em
seguida do outro. Após se acalmar, murmurou que a Batalha Quase Infinita
deveria ter recomeçado. Tom, que, assim como Carrie, sempre tirava as melhores
notas de sua classe na Academia Coletiva ( a única escola do Reino dos Humanos,
que tinha sido fundada há cinco mil anos atrás e desde aquela época admitia
nobres e plebeus), se lembrou da prova de História que o professor dera sobre a
Batalha um ano atrás e entendeu, ao contrário de Roy ( o pior aluno da
Academia), que logo pediu para o domador explicar o que era a Batalha.
Silvestreddon o fez, e sussurrou no final:
_ O que eu não consigo entender, príncipes, é porque haveria uma razão para que a Batalha recomeçasse. O cenário político entre os reinos dos Anões e Leprechauns tem estado tranquilo há mais de quatro séculos...
_ O que eu não consigo entender, príncipes, é porque haveria uma razão para que a Batalha recomeçasse. O cenário político entre os reinos dos Anões e Leprechauns tem estado tranquilo há mais de quatro séculos...
_ Não consigo me livrar desse mau pressentimento – comentou Tom.
_ Minhas narinas de dragão sentem um cheiro esquisito, como o de uma pessoa
doente misturado com o de esgoto.
O domador de dragões se sobressaltou, tirou o elmo quase
desesperadamente e apertou um botão verde – musgo em sua lateral como se sua
vida dependesse disso. Engrenagens giraram na parte de dentro do bronze pintado
de vermelho de que era feito o elmo, e abriu – se um buraco embaixo do botão, de
onde Thor tirou um punhal cuja lâmina
parecia feita de gelo.
_ O que é essa coisa ? – indagou Roy, olhando de modo
desconfiado para o punhal.
_ Um punhal comum, porém sua lâmina é feita de água benta
congelada.
_ Mas só existe água benta nas cachoeiras do Vale Divino – o
ladino argumentou.
_ Eu sei, mas xamãs e necromantes podem teleportar sua
própria alma para lá sem precisarem morrer, apesar com sua magia, e colher a
água benta com uma peneira. Quando voltam para seus corpos materiais, só
precisam congelar o líquido no frio da Ilha de Gelo. – explicou o amigo de
Carrie.
_ Tudo bem, mas como você conseguiu isso congelado ? – desta
vez foi o menino dragão quem quis saber.
_ Muitos dos espíritos
elementais que encontrei na Caverna dos
Elementos eram caçadores de demônios, e fazem lâminas desse tipo. Só água benta
destrói demônios. Por isso encomendei esta, que planejava vender nas feiras de
Tak. – respondeu Thor, e acrescentou: _ E, antes que pergunte, sim, há demônios
perto ou dentro deste reino. Somente demônios cheiram do jeito que descreveu. – respondeu Thor.
_ Como sabe ? – perguntou Roy.
_ Não podemos perder tempo!
– o domador exclamou. _ Tom, siga o cheiro dos demônios, porque
acabei de pensar em um plano para que possamos mata –los.
Enquanto isso, na dimensão
pararela...
Connor, Matt, Sarah,
Carrie, Mônica, Marie e Faps estavam trancados na dimensão – biblioteca, o que
era no mínimo irônico, pois tinha sido criada pelo próprio mago. Enquanto Marie
chorava desesperada, o resto dos adolescentes estava ajudando o Feiticeiro a
tentar achar nos 99 quadrilhões de livros da biblioteca (literalmente) alguma
referência sobre encantamentos, poções ou plantas eficientes o suficiente para
anular o feitiço que o fantasma de Altman, com a ajuda involuntária de Luna,
havia usado para aprisiona – los ali. Já estavam nessa missão há 10 horas e 43
minutos, segundo o relógio que falava e ficava na parede da biblioteca, e não
tinham obtido sucesso.